- Nome Popular: Ferrugem, ferrugem-da-folha, ferrugem-do-colmo, ferrugem-amarela, ferrugem branca, ferrugem asiática, ferrugem polisora
- Nome Científico: Hemileia vastatrix, Puccinia horiana, Phakopsora pachyrhizi, Physopella zea, Puccinia coronata, Puccinia cymbopogonis, Puccinia graminis, Puccinia melanocephala, Puccinea polysora,Puccinia recondita, Puccinia sorghi, Sphenospora kevorkianii, Tranzschelia discolor, Uredo behnickiana
- Classe: Urediniomycetes
- Filo: Basidiomycota
- Reino: Fungi
- Partes Afetadas: Folhas, caules, flores e colmos.
- Sintomas: Lesões de coloração amarela a vermelha e em alguns casos branca, de formato arredondado a oblongo. Presença de esporos pulverulentos semelhantes à ferrugem.
Muitas espécies de plantas são atacadas pela doença mais conhecida como ferrugem, mas embora o nome seja o mesmo, muitas vezes o agente causador da ferrugem não é o mesmo em se tratando de plantas distintas. Por exemplo, a ferrugem branca do crisântemo é causada pelo fungo Puccinia horiana e a ferrugem das orquídeas pelo Sphenospora kevorkianii. Entre as grandes culturas alimentícias destaca-se a ferrugem-do-colmo do trigo, causada porPuccinia graminis, e a ferrugem asiática da soja, causada por Phakopsora pachyrhizi, entretanto existem outras espécies de fungos que causam ferrugens em café, roseira, milho, capim-limão, pessegueiro, goiabeira, macieira e jabuticabeira, entre tantos outros.
As ferrugens geralmente se beneficiam de climas amenos, com temperaturas moderadas e alta precipitação. Observa-se maiores incidências em anos chuvosos e propensos a formação de orvalho sobre as folhas. Estes fatores se relacionam com a necessidade de haver molhamento das folhas para que o esporo germine. Por isso, irrigação mal manejada pode favorecer aparecimento de ferrugem, o ideal é irrigar o solo ou substrato e evitar molhar em demasia as folhas, principalmente se há histórico da doença no local.
Os danos causados às plantas são irreparáveis partindo do ponto de que os tecidos vegetais afetados não têm capacidade regenerativa. Em ornamentais o ideal é destruir as plantas atacadas para evitar que outras plantas sejam afetadas. Em grandes culturas, o uso de fungicidas pode minimizar o impacto negativo sobre a produção que é o objetivo dos cultivos. Infelizmente, não existem produtos fungicidas curativos, apenas preventivos, por isso as doenças são um sério problema.
Existe uma receita de fungicida caseiro fácil de preparar e muito utilizada na agricultura, trata-se da Calda Bordalesa¹. Consiste na mistura de sulfato de cobre, cal hidratada ou cal virgem e água. Esta calda tem eficácia comprovada sobre muitas espécies de fungos e bactérias em muitas plantas, sejam ornamentais, frutíferas, produtoras de grãos ou hortaliças.
As aplicações devem ser feitas preventivamente, como a Calda Bordalesa age por contato, após alguns dias ou após uma chuva de média intensidade, deve ser feita nova aplicação. Não aplicar diretamente sobre todas as plantas, deve-se testar em poucas folhas e averiguar se não há toxidez, pode diluir ou concentrar a calda caso necessário.
¹A receita da calda bordalesa você encontra ná página: Receitas para o controle de pragas e fungos.
MANCHA - PARDA
- Nome Popular: Mancha-parda, Mancha-marrom, Mancha-foliar
- Nome Científico: Bipolaris sp., Cochliobolus miyabeanus
- Sinonímia: Drechslera sp., Helminthosporium sp.
- Classe: Dothideomycetes
- Filo: Ascomycota
- Reino: Fungi
- Partes Afetadas: Caule, folhas e frutos.
- Sintomas: Manchas marrom-escuras, circulares ou arredondas em folhas, caules e grãos. Na região externa às manchas, caracteriza-se um halo amarelo-claro.
A mancha-parda é bastante conhecida na região sul do Brasil. É uma doença causada pelos fungos do gênero Bipolaris e infecta principalmente gramíneas. Estes fungos causam danos em arroz, coqueiro, pastagens, girassol, milho, côco, lupino, pândano, confete, dália, entre tantas outras plantas. As infecções são mais acentuadas em regiões tropicais, embora estes fungos sejam cosmopolitas.
As lesões normalmente são manchas marrom-escuras em folhas, caules e grãos sendo mais comumente encontradas nas folhas. Estas manchas são redondas ou circulares, tendo o centro mais claro e acinzentado. Na região externa às manchas, caracteriza-se um halo amarelo-claro. Em casos extremos, as manchas podem cobrir até a metade da área foliar. As infecções ocorrem principalmente na germinação e no florescimento e são de difícil controle.
A dispersão destes fungos ocorre prioritariamente devido à ação do vento e, em menor escala através de sementes e mudas infectadas. Além disso, em pequenas distâncias, gostas de chuva e/ou irrigação podem servir como meio de transporte aos esporos, infectando plantas próximas ao foco inicial. As condições favoráveis ao desenvolvimento destes fungos são temperaturas amenas associadas à alta umidade relativa do ar e molhamento frequentes. Além do mais, plantas com deficiência nutricional ou hídrica são mais propensas a ficar doentes. O controle é realizado com aplicação de fungicidas, como a calda bordalesa¹, mas nunca de forma curativa e sim, preventiva visto que altas infecções são praticamente impossíveis de controlar. Em pequenos cultivos ou jardins ornamentais, recomenda-se principalmente ações que evitem o estabelecimento e disseminação da doença, como aquisição de sementes, mudas e plantas adultas livres de doenças, advindas de comerciantes confiáveis e preferir variedades, se disponíveis, com tolerância conhecida à doença. Ainda, manter as plantas podadas para que sempre haja ventilação e a água de irrigação não permaneça empoçada nas folhas, regulando tanto a temperatura como a umidade. A própria irrigação sempre que possível deve ser efetuada sobre o solo ou substrato e não sobre as folhas. Outro fator importante é a nutrição que afeta a fisiologia das plantas. Quando bem nutridas, as defesas dos vegetais em geral contra patógenos como Bipolarissão mais eficientes.
¹A receita da calda bordalesa você encontra ná página: Receitas para o controle de pragas e fungos.
PLANTAS PARASITAS
FIOS - DE - OVOS - CUSCUTA SP
Foto: Clinton Steeds
- Nome Científico: Cuscuta sp
- Nome Popular: Fios-de-ovos, anó-peipa, awó-pupa, aletria, aletria-de-pau, cipó-de-chumbo, cipo-chumbo, cipó-dourado, cipó-chumbinho, cuscuta, erva-de-chumbo, espaguete, fios-de-ouro, tinge-ovos, xirimbeira
- Família: Convolvulaceae
- Divisão: Angiospermae
- Origem: Cosmopolita
- Ciclo de Vida: Perene
Cuscuta é um gênero de cerca de 150 espécies de plantas parasitas, comumente chamadas de fios-de-ovos. Elas são plantas trepadeiras volúveis, com caule herbáceo, filiforme, muito ramificado e delicado, desprovido de clorofila e, de acordo com a espécie, pode ser de coloração amarela, rósea, creme, vermelha ou laranja. Suas folhas são reduzidas a pequenas escamas e são imperceptíveis. As inflorescências surgem no verão, em rácemos, panículas ou cimeiras, e apresentam flores cerosas, pequenas, que podem ser róseas, brancas ou creme. Os fios-de-ovos produzem milhares de diminutas sementes, que podem permanecer viáveis por até 15 anos no ambiente.
Logo que germinam, as plântulas são verdes e possuem raízes, permanecendo vivas por até 10 dias sem depender de uma hospedeira. Assim que encontra sua vítima, a pequena muda se enrosca e emite haustórios, órgãos de sucção e fixação que penetram no tecido da planta afetada roubando-lhe a seiva elaborada. As raízes originais morrem então, pois não são mais necessárias. Seu crescimento é veloz e algumas espécies podem crescer cerca de 7 cm por dia.
Diversas espécies de plantas, desde ervas a arbustos e até mesmo árvores, podem ser acometidas por fios-de-ovos. A velocidade do seu crescimento depende da espécie de Cuscuta, do hospedeiro e de condições ambientais. Eles se disseminam facilmente por sementes que são carregadas principalmente por pessoas e aves e por segmentos de caules que são levados pelas aves para a confecção de ninhos. Em geral, os fios-de-ovos preferem condições de sol pleno.
Além de parasitar outras plantas, enfraquecendo-as e sufocando-as, os fios-de-ovos são capazes de transmitir doenças virais de uma planta a outra. Estes parasitas são problemáticos em cultivos agrícolas, reservas, e em jardins urbanos. Sérios danos são reportados em culturas de alfafa, linho, petúnias, crisântemos, trevos, dálias, coroas-de-cristo, quaresmeiras, camélias, tomilhos, laranjeiras, heras, batatas, entre outras. Muitos países têm rígidas leis para a entrada de sementes que possam estar contaminadas com fios-de-ovos.
Não há nenhum herbicida específico para acabar com este parasita. As medidas de controle incluem arrancar manualmente toda a praga e queimar os restos infestados, preferencialmente antes da floração e frutificação. Se você estiver disposto a sacrificar a planta hospedeira para conter o espalhamento dos fios-de-ovos, herbicidas receitados por um engenheiro agrônomo irão matar tanto a planta hospedeira como a parasita.
Medicinal
- Indicações: Angina, afecções da garganta e das vias respiratórias, bronquites, tosses com expectoração sangüínea, catarros e rouquidão, cólicas hepáticas, diarréias sangüíneas, abscessos internos, hemoptises, icterícia, úlceras, disfunções gástricas e da vesícula biliar, constipação, edemas, hemorragias bronco-pulmonares, congestões pulmonares, furúnculos e ferimentos.
- Propriedades: Antiblenorrágica, antiflogística, adstringente, antidiarréica, eupéptica, hemostática, hepática, laxativa, antiulcerogênica, balsâmica, cicatrizante, colagoga, detergente natural, diurética, emoliente, estomáquica, expectorante, purgativa.
- Partes usadas: Toda a planta na forma de chá, emplastros ou em pó
- Nome Popular Broca, broca-da-raiz, besouro, capitão, lagarta-rosca
- Ordem: Coleoptera e Lepidoptera
- Filo: Arthropoda
- Partes Afetadas: Raízes, colo, caule, pseudobulbos, ramos, tubérculos, rizomas e bulbos
- Sintomas: Enfraquecimento, tombamento, subdesenvolvimento, morte repentina, apodrecimento de ramos.
Além do prejuízo direto à diversas culturas, as brocas propiciam a entrada de microrganismos como fungos, bactérias e vírus, e insetos secundários capazes de provocar novos danos. Além disso, muitas são vetores de nematóides, outra importante praga.
Em hortas, lavouras e pomares, a combinação de métodos é mais eficiente. O diagnóstico da praga é importante para que se possa destruir os ramos, raízes ou plantas afetadas. Restos culturais também devem ser destruídos pois atraem os adultos. Estuda-se a utilização de controle biológico com nematóides (Steinernema sp e Heterihabtidis sp) e microorganismos (Bacillus thuringiensis e Beauveria bassiana). A rotação de culturas acaba muitas vezes com este problema, principalmente quando às espécies de plantas escolhidas são bem diferentes.
Jatos com soluções inseticidas, dirigidos às partes afetadas, são eficientes no controle da broca, mas só devem ser utilizadas em último caso, pois também prejudicam insetos benéficos às plantas. Em pomares, podas de limpeza são úteis e pode-se aproveitar a oportunidade para examinar as plantas e diagnosticar outros problemas. Atualmente, iscas impregnadas com feromônios atrativos e alimentos servem para aprisionar os adultos e monitorar a presença da broca em diversos cultivos.
CARAMUJO - AFRICANO
Foto: Rita Barreto
- Nome Popular Caramujo-africano, acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano, rainha-da-áfrica, falso-escargot
- Nome Científico: Achatina fulica
- Família: Helicidae
- Filo: Mollusca
- Partes Afetadas: Folhas, flores, frutos, caule
- Sintomas: Partes das plantas roídas, rastros de secreção sobre as plantas e vasos
O caramujo-africano é uma espécie considerada praga em diversos países no mundo todo. Foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 80, com o intuito de oferecer um susbtituto mais interessante economicamente e de maior peso que o escargot verdadeiro (Helix aspersa
). Em pouco tempo decriação se verificou que o animal não tinha boa aceitação pelo mercado consumidor brasileiro, o que provocou a desistência da maioria dos criadores, que se desfizeram dos animais de forma errônea: liberando os caramujos em jardins, matas ou simplesmente colocando-os no lixo. Estes caramujos não encontraram predadores naturais à sua altura e se multiplicaram rapidamente, invadindo diversos tipos de ecossistemas brasileiros. Como são hermafroditas (possuem os dois sexos em um mesmo animal) e realizam a autofecundação, basta apenas um indivíduo para que a praga se alastre, afinal são cerca de 400 ovos ano ao por caramujo.
O caramujo-africano é um molusco grande e escuro, com até 15 cm de comprimento e 200 gramas de peso. Sua concha é alongada e cônica, com manchas claras. Ele não deve ser confundido com os moluscos brasileiros. Os nativos aruás-do-mato (Megalobulimus sp) têm importante papel ecológico, além de servirem de alimento e como matéria prima no artesanato dos índios. Eles têm a borda da abertura da concha espessa, enquanto que o caramujo-africano tem esta borda cortante.
Os caramujos-africanos são conhecidos por serem hospedeiros de duas espécies de verminoses que acometem os seres humanos. A angiostrongilíase meningoencefálica, causada pelo Angiostrongylus cantonensis e angiostrongilíase abdominal, cujo agente é o Angiostrongylus costaricensis. Apesar da angiostrongilíase abdominal ser ocasionalmente diagnosticada no Brasil, geralmente ela está relacionada com outros hospedeiros, entre caracóis e lesmas, que não incluem o caramujo-africano. No entanto, estas doenças são bons argumentos para que o controle do caramujo-africano seja mais efetivo.
A invasão do caramujo-africano é atualmente muito mais relevante no aspecto ecológico do que no agrícola ou sanitário. Este caramujo está invadindo ecossistemas e ocupando um lugar que não é seu. Reduzindo assim a diversidade de espécies. Além de devorar folhas, flores e frutos, causando um enorme estrago em plantas de importância agrícola, ornamental e ecológica ele também é canibal, alimentando-se de ovos e jovens caracóis de sua mesma espécie, como forma de obter cálcio para sua concha em ambientes com escassez deste elemento.
Este caramujo é resistente a períodos de seca, além de ser bastante ativo no inverno. Como outros caracóis, ele aprecia a umidade e a sombra, se locomovendo e se alimentando mais à noite e em dias nublados e chuvosos. É capaz de escalar muros e árvores e desta forma transpor de um terreno a outro. Ao se depararem com infestações de caramujo-africano, as pessoas logopensam em venenos para controlá-los. Infelizmente os caracóis e lesmas em geral são muito resistentes a venenos e os únicos produtos comerciais disponíveis que se mostram um pouco eficientes (metaldeídos), demonstram elevada toxicidade para os seres humanos e outros animais, de forma que a utilização de pesticidas não é o método de controle atual mais indicado para estes moluscos. A pesquisas de substâncias eficientes têm se revelado muito importantes neste sentido. A cafeína por exemplo, estudada pelos americanos Robert Hollingsworth, Jonhn Armstrong e Earl Campbel apresenta resultados interessantes. Assim como o látex da coroa-de-cristo (Euphorbia splendens hislopii), que está sendo testado no combate ao caramujo-gigante-africano pela equipe coordenada pelo pesquisador Maurício Vasconcellos.
O controle do caramujo-africano consiste na catação e destruição dos caramujos. Jamais coloque-os no lixo, pois estará disseminando o problema. Também não coloque sal nos animais pois assim contaminará o solo. O preconizado é o seguinte:
- Utilize luvas descartáveis para pegar e manusear os animais
Proteja a pele e as mucosas: não coma, fume ou beba durante o manuseio do caramujo - Coloque os caramujos em dois sacos plásticos e quebre suas conchas, pisando em cima
- Enterre-os em valas com pelo menos 80 cm de profundidade, longe de cisternas, poços artesianos ou do lençol freático
- Aplique cal virgem sobre os caramujos quebrados (cuidado, a cal queima a pele)
- Feche a vala com terra
- Retire as luvas e lave muito bem as mãos após isso
É possível também utilizar iscas atrativas, que facilitam a catação. Papas de farelo de trigo com cerveja atraem caramujos a metros de distânica. Cascas de frutas e legumes, estopas embebidas em cerveja ou leite, assim como simples pedaços podres de madeira que lhes servem de abrigo. Verifique as iscas diariamente e não esqueça de protegê-las da chuva e do sol. Coloque-as em locais úmidos e frescos. Preferencialmente sobre a terra. Manter o jardim limpo de folhas mortas e frutos caídos também irá afastar os bichos, e desta forma ainda estará prevenindo outras doenças e pragas, como podridões de origem fúngica e bacteriana, moscas-das-frutas, etc. Não esqueça: as pragas só vivem e se multiplicam onde lhes é oferecido abrigo, comida e água.
O Instituto Oswaldo Cruz disponibiliza atendimento e informações sobre o caramujo-africano pelo telefone (21) 2598-4380 ramal 124.
Texto: Raquel Patro
COCHONILHA
- Nome Popular Cochonilha
- Ordem: Hemiptera
- Filo: Arthropoda
- Partes Afetadas: Toda a planta, principalmente folhas, ramos e raízes
- Sintomas: Enrolamento e enrugamento das folhas, subdesenvolvimento da planta, casquinhas sobre as folhas, caule, brotações, frutos e raízes.
São denominadas cochonilhas, os pequenos insetos pertencentes à superfamília Coccoidea. Eles têm aspecto bastante diferente de outros insetos e são muito importantes, devido às grandes perdas agrícolas que porporcionam. No entanto, apesar de muitas cochonilhas serem consideradas pragas, algumas espécies se destacam na produção de verniz (Llaveia axin), laca (Laccifer lacca), cêra (Ceroplastes ceriferus), medicamentos (Ceroplastes ceriferus) e corante carmim (Dactylopius coccus). Muitas também produzem uma secreção adocicada que, quando coletada e processada pelas abelhas (Apis mellifera) compõe o honeydew, um mel muito valioso e especial.
As espécies de cochonilhas podem ter aparência muito distinta umas das outras. Elas podem ser algodonosas, de cor branca e aspecto farinhento, ou cerosas, de colorações variadas, como laranja, vermelho, verde, marrom, perolado, cinza, etc. As formas também são variadas, como cabeças de prego, conchas de ostras, bolinhas, escamas, etc. As fêmeas adultas são as pragas propriamente ditas. Elas são imóveis e com aparelho bucal sugador muito desenvolvido, capaz de sugar a seiva diretamente dos sistema vascular das plantas. Após a fixação, elas produzem cera, que forma a carapaça, recobrindo seu corpo como um escudo e que serve de proteção contra os inimigos naturais e os inseticidas. Os machos adultos são muito diferentes das fêmeas e têm vida efêmera, durando cerca de 2 dias. Eles nuncas se alimentam, possuem asas, filamentos de cauda e se assemelham a pequenos mosquitos ou moscas. As cochonilhas podem se reproduzir sexualmente e por sete tipos diferentes de partenogênese, de acordo com a espécie.
As fêmeas adultas põem ovos que eclodem dando origem a ninfas, que são móveis, possuem patas e antenas. Desta forma as fêmeas jovens podem se locomover, buscando encontrar um bom lugar para se fixarem. Após a primeira muda, suas patas se atrofiam e elas se tornam imóveis, passando a sugar ininterruptamente a seiva da planta. Os machos jovens são como as fêmeas jovens, mas no estágio final, produzem asas. As cochonilhas podem ser encontrados em ramos, folhas, frutos e raízes das mais diversas plantas. Muitas apresentam associação com formigas, que asprotegem em troca da secreção adocicada que produzem. Esta secreção também propicia o surgimento da fumagina ( Meliola sp e Capnodium sp), fungos de micélio escuro, que recobre as partes da planta, impedindo a fotossíntese.As cochonilhas apresentam difícil controle através de inseticidas, principalmente as que têm espessa carapaça. A carapaça impede o contato dos produtos com o corpo do inseto e, desta forma o inseticida acaba afetando apenas os estágios de ninfas e os machos. No entanto o controle com pulverizações de emulsões de sabão e óleo mineral é efetivo, pois resulta em uma camada impermeável sobre o inseto, impedindo-o de respirar, matando assim por sufocamento. Combinações com calda de fumo também podem auxiliar na eliminação da praga.
O controle biológico é muito importante no controle e é realizado por joaninhas e algumas espécies de vespas. Estes insetos agem predando as cochonilhas e outras pragas como pulgões. Portanto deve-se evitar ao máximo o uso de inseticidas sobre plantas afetadas, pois podemos estar matando os importantes predadores e outros insetos benéficos, como abelhas polinizadoras, sem no entanto afetar cochonilhas mais resistentes
FORMIGA
- Nome Popular Formiga, formiga-cortadeira
- Ordem: Formicidae
- Filo: Arthropoda
- Partes Afetadas: Folhas verdes ou secas, casca de caules, caules verdes, frutos e flores
- Sintomas: Enfraquecimento, tombamento, morte repentina, apodrecimento de ramos, queda de flores e frutos
- Nome Popular Lagarta-minadora, minadora, minador, larva-minadora
- Ordem: Lepidoptera
- Filo: Arthropoda
- Partes Afetadas: Brotações, tecidos tenros e folhas verdes
- Sintomas: Enfraquecimento, formação de galerias em folhas e brotações novas
- Nome Popular: Mosca-branca
- Nome Científico: Bemisia tabacie Bemisia argentifolii
- Ordem: Hemiptera
- Filo: Arthropoda
- Partes Afetadas: Toda a planta, principalmente folhas e botões.
- Sintomas: Folhas enrugadas com coloração amareladas, amadurecimento irregular de frutos, presença de fumagina. Redução de floração.
- Nome Popular Nematóide, Nematóide-das-galhas
- Nome Científico: Meloidogyne sp, Pratylenchus sp, Radopholus similis, Aphelenchoides sp
- Filo: Nematoda
- Partes Afetadas: Folhas, flores, caule, raízes, tubérculos e bulbos
- Sintomas: Tamanho reduzido de órgãos vegetais, necrose de folhas, raízes e flores, bulbos e tubérculos mal formados.
- Nome Popular Pulgão, piolho, afídio, afídeo
- Ordem: Hemiptera
- Filo: Arthropoda
- Partes Afetadas: Toda a planta, principalmente folhas e botões
- Sintomas: Descoloração, amarelamento, enrolamento e enrugamento das folhas, subdesenvolvimento de flores, frutos e de toda a planta
- Nome Popular Vaquinha, brasileirinho, patriota, larva alfinete
- Ordem: Coleoptera
- Filo: Arthropoda
- Partes Afetadas: Folhas verdes, frutos, flores, raízes incluindo tubérculos.
- Sintomas: Desfolhamento, tombamento, morte repentina, apodrecimento de frutos e tubérculos, queda de flores e frutos.
As formigas são insetos conhecidos por todos. Vivem nos mais diversos ambientes e estão sempre atentas a qualquer pedaço de alimento que esqueçamos em algum lugar. O estudo das formigas denomina-se mirmecologia. Nem todas as espécies de formigas utilizam partes vegetais; as que atacam plantas são, principalmente, as Saúvas (Atta spp.) e as Quenquéns (Acromyrmex spp.).
Dentre os principais métodos de controle, o uso de iscas formicidas e inseticidas em pó são os que mais se destacam. Dica: o gergelim e o agave são tóxicos para o fungo que serve de alimento às formigas. Colocar gergelim próximo aos ninhos pode ajudar no combate a essas pragas.
Autor: Ives Clayton Gomes dos Reis Goulart
LAGARTA - MINADORA
A lagarta-minadora é um tipo muito peculiar de inseto, ao menos em se tratando de sua forma de atacar as plantas. É chamada de minadora porque a fase larval desenvolve-se sob a primeira camada de tecido foliar, formando galerias por onde passa. Os gêneros mais comuns infestando as plantas são Phyllocnistis e Liriomyza.
Essa praga ataca brotações e folhas de diversas plantas como: tomateiro, citros diversos, couve e muitas espécies de plantas ornamentais.
O inseto adulto é bem conhecido, trata-se de uma pequena mariposa de no máximo 1 cm de comprimento que coloca os ovos sobre as folhas das plantas e, quando esses eclodem, a lagarta penetra e alimenta-se de tecido vegetal.
Ocorre durante o ano todo, principalmente no período mais seco, quase desaparecendo em períodos chuvosos. A irrigação derruba os ovos e as larvas que não penetraram nas folhas ou ramos, o que pode diminuir a incidência da praga.
MOSCA - BRANCA
A mosca-branca é uma das pragas mais conhecidas no mundo e está presente em praticamente todas as regiões agrícolas. Tecnicamente não se trata de uma mosca, pois é um hemíptero, mesma ordem dos pulgões e percevejos, e não díptero que é a ordem das moscas comuns. Uma regra prática para não confundir é o número de asas: hemípteros têm quatro asas enquanto que dípteros têm duas. Existem duas espécies bastante conhecidas como pragas, Bemisia tabaci eBemisia argentifolii. A segunda é conhecida por ser mais destrutiva e resistente a certos inseticidas.
A mosca-branca é muito pequena, medindo de 1 a 2 milímetros e tem coloração de branca a amarelo-pálido, os olhos são negros e se destacam no corpo do inseto. Quando está em repouso, mantém as asas fechadas, parecendo haver um par somente. Não se move rapidamente sendo de fácil captura, no entanto tem grande capacidade de dispersão pela quantidade de ovos, 200 em média por fêmea, e pela ação do vento como agente dispersante. Prefere climas mais secos, onde são maiores sua longevidade e fertilidade.
Outro dano, talvez o mais importante em algumas culturas, é o fato de esta praga ser transmissora dos vírus Begomovírus e do VMDF (vírus do mosaico dourado do feijoeiro). A mosca branca infesta muitas espécies de plantas conhecidas, como tomateiro, feijoeiro, soja, brócolis e diversas ornamentais. Também é encontrada em plantas daninhas presentes em jardins, terrenos baldios e cultivos comerciais.
O controle de mosca-branca em grande escala é realizado via aplicação de inseticidas, principalmente em culturas como soja e feijão. Em áreas menores como de hortaliças e ornamentais sugere-se o controle preventivo. A aquisição de mudas sadias, erradicação rápida de plantas doentes e restos culturais são ações que evitam a infestação por mosca branca. Também podemos utilizar armadilhas de coloração amarela, em lona, plástico, etiquetas, etc., untadas com óleo. Estas devem ser colocadas entre as plantas, na mesma altura das plantas presentes no local.
Existem diversos inimigos naturais de mosca-branca, são várias espécies de percevejos, lixeiras, besouros e vespas. Há, ainda, espécies de parasitóides dos gêneros Encarsia, Erectomecerus e Amitus
NEMATÓIDE
Os nematóides são minúsculos organismos que vivem em diversos ecossistemas, ocorrendo em quase todas as regiões do mundo. Podem ser vida livre, não causando danos a outras espécies; podem alimentar-se de restos de outros animais ou plantas, sendo chamados de saprófitas; e podem ser parasitas de animais ou plantas. Um exemplo prático desses animais são as conhecidas lombrigas que parasitam os seres humanos.
Os danos causados pelos nematóides são principalmente: redução no desenvolvimento das plantas que ficam com todos os órgão com tamanho reduzido, necrose nas folhas e raízes, tubérculos e bulbos mal formados, coloração anormal em folhas e flores. Além disso, deprecia o valor econômico dos vegetais. Os nematóides parasitas de plantas mais comuns são:Meloidogyne sp, Pratylenchus sp, Radopholus similis e Aphelenchoides sp
Os nematóides não têm grande mobilidade, movimentando-se alguns poucos metros durante seu ciclo de vida. As formas mais comuns de disseminação a longas distâncias são: erosão de solos pela água da chuva, comercialização de substrato ou vegetais contaminados, descarte de substratos contaminados.
O controle preventivo certamente é o mais eficaz e econômico contra esta praga. O uso de substrato livre de nematóides, bem como aquisição de plantas sadias, destruição de restos de plantas infectadas. Em áreas maiores como jardins, podem-se cultivar plantas antagônicas aos nematóides como crotalárias, que tem potencial uso ornamental e/ou Tagetes sp, que além de serem lindas ornamentais, liberam substâncias nematicidas nos substratos. Ainda, a falta de umidade interrompe o ciclo da praga, de forma que secar ao sol o substrato é uma eficaz medida de controle.
PULGÃO
Os pulgões são insetos sugadores capazes de se multiplicar rapidamente, causando sério prejuízos econômicos para agricultores em geral. Das cerca de 4.000 espécies conhecidas, pelo menos 250 causam perdas agrícolas. Eles se alimentam da seiva das plantas, perfurando os vasos condutores. Além dos prejuízos diretos, os pulgões ainda são transmissores de doenças entre as plantas e favorecem o surgimento de fungos.
Seu ciclo reprodutivo é bastante interessante, sendo que nos meses mais quentes do ano as fêmeas produzem outras fêmeas partenogeneticamente, isto é, sem fecundação e de maneira vivípara; enquanto que no outono, ocorrendo o acasalamento entre machos e fêmeas, e tornam-se ovíparos.
VAQUINHA
Foto: Tácio Philip
Esse besouro é conhecido como brasileirinha ou vaquinha, dependendo da região do País. Possui coloração verde e manchas amarelas, motivo pelo qual também é conhecida como "patriota". Seu nome científico é Diabrotica speciosa e é praga de diversas plantações em toda a América Central e do Sul.
A fase larval do inseto é subterrânea sendo que se alimenta principalmente de raízes de diversas espécies. O inseto adulto alimenta-se de partes vegetativas e pólen de flores, causando grande destruição quando em alta densidade. Além do dano direto, a vaquinha é vetor de doenças viróticas e bacterianas.
O ciclo leva aproximadamente um mês para completar-se, sendo que cada fêmea pode colocar até mais de 2000 ovos, podendo, dessa forma, atingir grande população em pouco tempo caso não seja detectada precocemente.
Das culturas mais atacas podemos citar a soja, o milho, as cucurbitáceas, o amendoim e a batata. Muitas ornamentais também são atacadas. Em princípio, o controle químico é mais usual.
Existe, no entanto, feromônios sexuais que atraem os machos para armadilhas feitas de garrafas pet contendo água e detergente. Como inimigos naturais a vaquinha possui os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, que infectam naturalmente larvas e adultos de D. speciosa no campo, e a moscaCelatoria bosqi que parasita essa praga. Aranhas e algumas espécies de formigas também são inimigos naturais.
Porém, algumas espécies do gênero Diabrotica, ao consumirem partes de plantas cucurbitáceas, não são parasitadas pelo fato de ingerirem uma substância chamada curcubitacina, que é tóxica a alguns inimigos naturais.
Fonte de pesquisa:http://www.jardineiro.net/br/geral/pragas.php
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